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Remígio-PB, Paraíba, Brazil
Mestre em Letras pela UEPB e professor de Língua Portuguesa do ensino médio em escola de tempo INTEGRAL. Meu interesse com esse espaço é poder divulgar e compartilhar com todas e todos minhas atividades escolares e questões objetivas de português para estudos voltados para concursos públicos e o ENEM.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

MÓDULO DE PRODUÇÃO TEXTUAL COMPLETO PARA VESTIBULARES (ENEM E QUALQUER OUTRO VESTIBULAR DO BRASIL)



MÓDULO DE PRODUÇÃO TEXTUAL
PARA VESTIBULARES

PROF.: JEAN RODRIGUES





REMÍGIO-PB
2012




PASSOS PARA ESCREVER BONS TEXTOS VESTIBULARES
§  COMO CRIAR UM TÍTULO SUGESTIVO
v  Título é a parte da produção que se deixa para elaborar quando se termina o texto;
v  É interessante tirarmos o título de dentro do próprio texto criado.
v  Pode ser uma palavra, expressão que você usou no texto e a considera interessante, podendo esta, ser mais atrativa para o título.
§  COMO INICIAR O TEXTO
v  Escrever tudo o que vem à mente, de acordo com o fluxo do pensamento, para depois, então, cortar e ordenar;
v   fazer uma lista de palavras-chave e reordená-las, hierarquizando-as;
v   construir um parágrafo para desbloquear e, depois, desenvolver as ideias ali expostas;
v  Escrever a ideia principal e as secundárias em frases isoladas para depois interligá-los; ou elaborar uma espécie de esquema geral do texto;
§  COMO ELABORAR O PARÁGRAFO DE INTRODUÇÃO:
v  iniciar com uma afirmação ou  declaração;  
Ex: “É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender a demanda.
v  iniciar com uma definição ou conceito;
Ex: “ O mito, entre povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação humana.”
v   iniciar com uma interrogação ou pergunta retórica;
Ex: “ Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil. Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.
v   iniciar com uma analogia (comparação); Ex: “O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil.”
v   iniciar remetendo a um acontecimento do passado;    Ex: “Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competição.”
v  oposição dos dois lados da moeda; Ex: “De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gasto excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelho de DVD. Este é o paradoxo que vive a educação no Brasil.

§  TÉCNICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TEXTO ARGUMENTATIVO:

v  No desenvolvimento do texto, nos aprofundamos na ideia que foi iniciada na introdução. Neste detalhamento, utilizamos argumentos que assegurem aquilo que estamos defendendo. As técnicas de desenvolvimento de um texto argumentativo dependem bastante do estilo de cada autor, que podem ser:
Ø  Argumento de autoridade = quando o autor afirma alguma posição, indicando que esta afirmação é de uma pessoa publicamente considerada uma autoridade na área. Por exemplo: “Segundo Dominguinhos, o forró atual é uma desmoralização, e jamais forró.”
Ø  Argumento por exemplificação = neste tipo de argumento, o autor se baseia por meio de exemplos representativos, os quais, por si sós, já são suficientes para sustentar sua opinião. Por exemplo: “A violência contra a criança e o adolescente no Brasil ainda é um absurdo, mesmo com o estatuto da criança e o adolescente ter completado 10 anos. Por exemplo, o jornal do comércio, em Manaus, publicou que uma criança de 8 anos foi encontrada em estado de decomposição num matagal no subúrbio da capital.”
Ø  Pergunta retórica = é uma pergunta que o autor do texto faz para o leitor, mas está pergunta não é para ser respondida de imediato, ela serve para levantar uma reflexão no leitor. Por exemplo: “Até quando nós brasileiros iremos conviver com políticos que só farram com nosso dinheiro?”
Ø  Argumento por causa e consequência = neste argumento, a posição do autor é sustentada pela apresentação de um fato e as suas consequências. Por exemplo: “A política brasileira é um caos. Pois nos eleitores não nos preocupamos com quem estamos colocando no poder, logo só podemos nos deparar com corrupções, escândalos e roubos dos cofres públicos.”
Obs.: Estes tipos de argumentos apresentados acima podem ser utilizados em qualquer gênero textual argumentativo, e não necessariamente só no artigo de opinião. Você pode utilizá-los no gênero dissertação, carta aberta, carta do leitor, editorial, crônica argumentativa e etc.
§  EXPRESSÕES DE COESÃO UTILIZADAS  PARA INICIAR OS PARÁGRAFOS DE DESENVOLVIMENTO
v   em primeiro lugar... Por último...
v   como por exemplo...
v   segundo fulano de tal...
v   de acordo com...
v   isto é,...
v   ou seja,...
v   de um lado... De outro....

§  PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO DO TEXTO ARGUMENTATIVO
Ø  Na conclusão de um texto argumentativo, o autor pode desenvolver das seguintes formas:
v  Retomar tudo o que foi explicitado antes com outras palavras e de forma resumida, reforçando o posicionamento defendido;
v  Apontar uma possível solução para o problema;
§  EXPRESSÕES QUE GERALMENTE INICIAM PARÁGRAFOS CONCLUSIVOS:
v   portanto...
v   logo...
v   enfim...
v   em outras palavras...
v   em suma...
v   dessa forma...
v   assim acreditamos que...
v   levando em consideração tudo que foi exposto acima...
§  QUANDO TERMINAR DE ESCREVER O TEXTO: REAVALIAÇÃO FINAL DA PRODUÇÃO
v  o posicionamento do autor deve ficar claro e coerente;
v  o mesmo posicionamento deve ser mantido durante todo o texto;
v   o autor não deve fugir ao tema que deve tratar o texto;
v   respeitar o gênero textual solicitado;
v   dispensar informações irrelevantes, incompletas, ou confusas;
v   a linguagem deve ser adotada referente ao gênero solicitado;
v  a impessoalização do autor é importante;
§  NO VOCABULÁRIO TEMOS QUE TER CUIDADO EM:
v   repetição enfadonha da mesma palavra expressão;
v   clichês ou frases feitas;
v   excesso de adjetivos;
v   expressões coloquiais e gírias.
v   as transições entre as ideias devem estar claras e corretas;
v   usar conectivos adequados para relacionar as ideias;
v  evitar vícios de linguagem (ambiguidade, redundância, pleonasmos, cacófato, eco, etc)
v   evitar a expressão “Eu acho...”, “Talvez”, “coisa”;

Obs.:1 Para o vestibular, a linguagem cobrada para qualquer gênero textual é a norma culta da linguagem. Mantenha-se atualizado em relação aos grandes problemas brasileiros (sociais, políticos, culturais, ambientais etc.), lendo revistas e jornais. Só assim você enriquecerá seu repertório de informações e argumentos para opinar, de forma consistente, sobre o tema proposto.
Obs.:2 Também para o vestibular, é importante que o aluno centre em estudar o maior número de gêneros textuais possíveis, e ver quais são os mais cobrados pelo vestibular que ele vai fazer. Nunca se prenda em tentar adivinhar o tema da redação, isso pode lhe prejudicar, foque-se nos gêneros textuais.

LISTA DE 10 GÊNEROS TEXTUAIS MAIS COBRADOS NOS VESTIBULARES DA PARAÍBA E ENEM

1º ARTIGO DE OPINIÃO ou DISSERTAÇÂO ou TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
         Artigo de Opinião é um texto argumentativo que reflete sobre temas polêmicos atuais, a fim de persuadir o leitor sobre um determinado posicionamento do autor em relação ao tema discutido. É um gênero veiculado no rádio, na televisão, nos jornais, nas revistas e na internet. Pode ser escrito na 1ª pessoa do singular ou plural (eu/nós).
O artigo de opinião apresenta os seguintes elementos estruturais, sem, necessariamente, precisar seguir a sequenciação aqui exposta, pois isso depende de cada autor:
a)   TÍTULO = o título do artigo deve ser subjetivo, isto é, aparentemente parecer que não tem nada a ver com o texto, mas quando o leitor se apoderar do texto, ele perceberá a relação do título e do texto. Por exemplo, titular o texto com “Vai mudar tudo, menos o mérito”e falar do novo ENEM.
b)   INTRODUÇÃO = apresentação e/ou contextualização da questão que está sendo discutida. Deixa-se claro para o leitor o posicionamento do autor.
c)   DESENVOLVIMENTO = utilização de argumentos para sustentar a posição assumida do autor. Os argumentos podem ser:
d)   CONCLUSÃO = O parágrafo de conclusão serve para retomar e enfatizar o posicionamento que foi defendido no texto todo. Mas também na conclusão, pode-se apresentar uma possível sugestão para resolver/amenizar o problema discutido.
EXEMPLO DE UM ARTIGO DE OPINIÃO:
Esculhambação cultural na televisão brasileira
         Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados. Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais.
Veja o que está por de tra$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores). Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Enfim, em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.
(Luís Fernando Veríssimo
Publicado em 24 Janeiro 2011 por Vitalves-Adaptado)
2º  EDITORIAL
         O editorial é um gênero jornalístico que expressa a opinião oficial de um jornal ou revista a respeito de fatos noticiosos polêmicos que estão na ordem do dia e, embora haja um indivíduo  que o produz, esse gênero é marcado pela ausência de assinatura, pois a opinião emitida é a do jornal e não a do jornalista. Os objetivos do editorial são convencer o leitor do jornal sobre a tese defendida. Pode ser escrito na 1ª pessoa do singular ou plural (eu/nós). As partes do editorial são:
a)   TÍTULO SUBJETIVO: segue a mesma ideia do artigo de opinião.
b)   INTRODUÇÃO: delimitação do assunto a ser discutido ao longo do texto e comentário a respeito do assunto delimitado.
c)   DESENVOLVIMENTO: apresentação das causas e consequências do fato para legitimar o ponto de vista assumido pelo jornal diante da questão discutida e dos argumentos que orientam o leitor para uma dada conclusão. O uso de alguns argumentos iguais a do artigo de opinião dão sustentação a posição defendida.
d)   CONCLUSÃO: pode ser de dois tipos: a) proposta, na qual se apresenta sugestões para a resolução do problema discutido.  B) resumo, no qual se faz uma retomada sucinta das ideias do texto.
EXEMPLO DE UM EDITORIAL:
DERROTAS DE MARÇO
            Antes que março acabe, eu queria dizer o que me derrota. A Itália descobriu um caso repugnante de estupro sequencial de pai e filho contra a mesma mulher, filha e irmã dos dois. A Áustria encarcerou o mostro que manteve a filha no porão prisioneira de estupros contínuos. Aqui, a discussão da menina que em Recife foi estuprada e engravidou do padrasto ficou em torno da decisão medieval do Bispo. Estes são apenas casos de março, outros surgiram: o da menina de treze anos, no Brasil que, grávida do pai – por quem passou a ser violentada a partir da morte da mãe – decidiu ter o filho. Cada um dos dramas é tão vasto. Penso nestas meninas e mulheres e na antiguidade da sua pena. Condenadas, antes de nascer, pelo mais intratável dos lados da opressão à mulher: o suplício sexual.
         (...) mas o que dizer da morte da jovem Ana Cláudia, de 18 anos, esfaqueada no pescoço pelo pai do seu filho, de quem tinha se afastado, saindo da Bahia para São Paulo, para fugir dos maus tratos frequentes? Ou Eloá, a menina de 15 anos morta pelo ex-namorado, depois de sofrer por dias em frente a uma polícia equivocada? Na época do caso, o comandante da operação, o coronel Eduardo Félix de Oliveira, definiu Lindem-berg Alves, o assassino de Eloá, como um “garoto em crise amorosa” era um algoz que espancou e matou a sua vítima.
         O abuso de crianças não escolhe sexo. A pedofilia faz vítimas entre meninos e meninas, e em ambos é igual abjeta inaceitável. Mas a frequência, a crueldade, a persistência dos ataques às meninas mostram que o crime é parte de outro fenômeno mais antigo: o da violência contra mulheres de qualquer idade.
         Como estão enganadas, as mulheres que, por terem tido algum sucesso em sua carreira, acham que a questão da condição feminina, a velha questão feminista está ultrapassada. Apenas começou o trabalho de construir um mundo de respeito. Mas, se é fácil discutir sobre políticas públicas para vencer o poderoso inimigo da desigualdade, é paralisante o tema dessa vasta violência praticada em todos os países, em todas as culturas, em tantas casas contra meninas e mulheres que não conseguem se defender.
Revista Veja
Edição 84, de 28 de março de 2010.
3º RESUMO

         O resumo é uma paráfrase do texto original, isto é, nos reconta a ideia principal de algum texto, livro ou fato real de forma sucinta e objetiva, sem se prender a detalhes, mas sim naquilo que é fundamental sobre o objeto que se está resumindo. Resumo não é recorte de trechos dos textos que você achar mais “bonito”, e sim contar aquilo que você entendeu com suas próprias palavras. O resumo é bastante cobrado em atividades escolares, acadêmicas e pode também ser cobrado no vestibular. A pessoa que faz o resumo não pode atribuir nenhuma opinião sobre o assunto, pois senão deixar de ser resumo e passa a ser resenha crítica. É escrito em terceira pessoa (ele, ela, eles, elas...) e apresenta a seguinte estrutura:

a)       Referência bibliográfica: é a fonte de onde pertence o texto. No resumo não tem título, então a fonte suprime esta falta. A referência bibliográfica deve indicar o nome do autor do texto, livro, música, etc; a edição, cidade onde foi publicada e o ano. Se objeto que foi resumido foi retirado da internet, o aluno deve colocar o site como referência bibliográfica Ex: (www.saiarodada.com.br). Qualquer dúvida peça ajuda a um professor de português.
b)       O resumo não tem parágrafo. Inicie o texto falando logo sobre os principais fatos daquela obra tudo de uma vez nas primeiras linhas, depois você retoma cada assunto com um pouco mais de explicação.
c)       Após terminar o resumo deve-se colocar três ou quatro palavras ou expressões-chave sobre o assunto que foi resumido. Essas palavras não podem ser quaisquer uma, e sim palavras que estejam ligadas diretamente com o assunto principal do objeto resumido.
Exemplo de um resumo:
MACHADO, de Assis. Dom Casmurro. Ed. 47ª – São Paulo: Ática, 2008. (Referência bibliográfica)
Construído em flashback, o protagonista masculino, Bentinho, já cinquentão e solitário, tenta "atar as duas pontas da vida" (infância e velhice), contando a história de sua vida ao lado de Capitu, a qual acaba tomando conta do romance, dada a sua força e o seu mistério. Dom Casmurro foi publicado em 1900 e é um dos romances mais conhecidos de Machado. Narra em primeira pessoa a estória de Bentinho que, por circunstância várias, vai se fechando em si mesmo e passa a ser conhecido como Dom Casmurro. Sua estória é a seguinte: Órfão de pai, criado com desvelo pela mãe (D. Glória), protegido do mundo pelo círculo doméstico e familiar (tia Justina, tio Cosme, José Dias), Bentinho é destinado à vida sacerdotal, em cumprimento a uma antiga promessa de sua mãe. A vida do seminário, no entanto, não o atrai, já o namoro com Capitu, filha dos vizinhos sim. Apesar de comprometido pela promessa, também D. Glória sofre com a ideia de separar-se do filho único, interno no seminário. Por expediente de José Dias, o agregado da família, Bentinho abandona o seminário e, em seu lugar, ordena-se um escravo. Correm os anos e com eles o amor de Bentinho e Capitu. Entre o namoro e o casamento, Bentinho se forma em Direito e estreita a sua amizade com um ex-colega de seminário, Escobar, que acaba se casando com Sancha, amiga de Capitu. Do casamento de Bentinho e Capitu nasce Ezequiel. Escobar morre e, durante seu enterro, Bentinho julga estranha a forma pela qual Capitu contempla o cadáver. A partir daí, os ciúmes vão aumentando e precipita-se a crise. Á medida que cresce, Ezequiel se torna cada vez mais parecido com Escobar. Bentinho muito ciumento chega a planejar o assassinato da esposa e do filho, seguido pelo seu suicídio, mas não tem coragem. A tragédia dilui-se na separação do casal. Capitu viaja com o filho para a Europa, onde morre anos depois. Ezequiel, já moço, volta ao Brasil para visitar o pai, que apenas constata a semelhança entre e antigo colega de seminário. Ezequiel volta a viajar e morre no estrangeiro. Bentinho, cada vez mais fechado em usas dúvidas, passa a ser chamado de casmurro pelos amigos e vizinhos e põe-se a escrever sobre sua vida (o romance).
Palavras-chave: Bentinho, ciúme, Capitu, traição.
Lucas Azevedo. Aluno do 2º ano “médio”
Rio de Janeiro, 13 de junho de 2011


4º RESENHA CRÍTICA
         Resenha crítica é a apresentação do conteúdo de uma obra, acompanhada de uma avaliação crítica. Expõe-se claramente e com certos detalhes o conteúdo da obra para desenvolver uma apreciação crítica desse conteúdo. É um gênero textual que apresenta um texto em forma de síntese e que expressa a opinião de um autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, filmes, peças teatrais, exposições, shows, etc. deve ser escrita na 3ª pessoa do singular ou plural (ele/ela/eles/elas). Passos para a produção de uma resenha crítica:
a)    TÍTULO: o título da resenha deve ser simples é referir-se a obra resenhada.
b)    INTRODUÇÃO: apresentação e descrição do autor e da obra; resumo dos principais pontos.
c)    DESENVOLVIMENTO: análise crítico-avaliativo da obra.
d)    CONCLUSÃO: recomendação da obra. O autor da resenha deve oferecer a obra para um consumidor. Por exemplo, se for um livro de teoria lingüística, deve-se oferecê-lo a estudantes, professores, e estudiosos da área.
EXEMPLO DE UMA RESENHA  CRÍTICA:
TROPA DE ELITE 2 (Brasil, 2010)

Uma das experiências mais intensas e provavelmente a mais catártica deste ano de 2010 é assistir a TROPA DE ELITE 2 (2010) no cinema, de preferência com um público mais popular, que se manifesta com palmas, gritos de empolgação e com outras emoções. O filme vai bem mais fundo dessa vez nas nossas feridas. Faz a gente repensar o Brasil corrupto.
 A cena de Nascimento na Câmara Legislativa do Rio de Janeiro não me sai da cabeça, nem a cena do espancamento de um político, que naturalmente foi seguida por manifestações de aplausos por parte da audiência. É mais ou menos como Tarantino fez em BASTARDOS INGLÓRIOS: buscamos, ainda que através da ficção, uma forma de nos vingarmos daqueles que ofendem os nossos direitos, que vivem uma vida de luxo com dinheiro ilícito e que têm sangue em suas mãos.
O Capitão Nascimento, tão brilhantemente representado por Wagner Moura, é mais do que um Jack Bauer nacional: é o personagem do cinema brasileiro mais cultuado dos últimos anos. Em TROPA DE ELITE 2, Nascimento, depois de quinze anos que se passaram desde os acontecimentos do primeiro filme, sobe aos escalões e agora é Subsecretário da Segurança Pública do Rio. Por outro lado, a coisa não fica muito boa para o lado do Capitão André Matias (André Ramiro), depois de uma missão mal sucedida numa prisão de segurança máxima.
 Imagina-se que o filme poderia se tornar até um pouco chato ou “paradão” com o protagonista dentro de um escritório, mas não é isso o que acontece. As sequências de ação e violência são empolgantes e Nascimento encontra antagonistas à altura, como o Fraga (Iradhir Santos), um ativista dos direitos humanos que considera Nascimento um fascista – depois vemos que nosso herói tem outro motivo para não gostar do sujeito. Mas o grande vilão da história, ou pelo menos aquele que mais tem espírito de porco, está dentro da polícia. José Padilha, assim como o já citado Tarantino, é capaz de matar até personagens queridos para dar mais realismo à trama, para tornar a experiência ainda mais impactante.
Recomenda-se o conhecimento deste filme para todos aqueles amantes de um bom filme de ação, como também para aqueles que estão cansados de ver tanta corrupção e injustiça neste país, sem que ninguém tome nenhuma atitude para mudar isso.
(Ailton Monteiro,
São Paulo, 20 de dezembro de 2010.)

5º CARTA ABERTA
         A carta aberta é um gênero textual argumentativo, com intencionalidade persuasiva, produzido por uma pessoa ou um grupo de pessoas e dirigida a uma pessoa ou várias, a autoridades, entidades, sindicatos ou grupos específicos. O objetivo da carta aberta é denunciar problemas, protestar, alertar, conscientizar, sensibilizar, mobilizar os interessados e cobrar dos responsáveis as devidas soluções. Visa ainda persuadir o leitor para aderir à causa defendida na carta e convencê-lo a tomar uma determinada atitude. Deve ser escrita na 1ª pessoa do plural (nós). A carta aberta apresenta a seguinte estrutura:
a)   TÍTULO: é onde se identifica o destinatário (vocativo).
b)   INTRODUÇÃO: escrever a denúncia e analisar o problema.
c)   DESENVOLVIMENTO: fazer as devidas reivindicações de soluções para o problema, com fundamentação argumentativa.
d)   CONCLUSÃO: escrever um resumo de tudo que foi dito acima, ou propor uma possível solução para o problema.
e)   ASSINATURA: deve-se assinar na carta aberta. Mas é preferencial criar para o vestibular um pseudônimo. OBS: ao contrario da carta pessoal, o local e a data são informações opcionais e devem vir no início do texto.
EXEMPLO DE UMA CARTA ABERTA:
Manaus -AM; 31 de agosto de 2011.
À população brasileira e aos seus Exmos. Representantes políticos

               Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
                Embora tenhamos conseguido essa pequena vitória, ainda há quilômetros de floresta  estuprada por madeireiros sem escrúpulos, que ateiam fogo às suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela Amazônia, a devastação continua, caros cidadãos e cidadãs.
               Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um povo irresponsável, Exmos. Representantes do povo. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.
               Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação é, segundo o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:
"A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais"
              Assim, deve-se programar em níveis Federal, Estadual e Municipal A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA. JÁ!  É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura, história e saúde.

Agradecemos a vossa atenção,
Brasileiros preocupados com o meio ambiente
(Fonte: http://www.amazoniaparasempre.com.br)

CARTA DO LEITOR
         A carta do leitor é um gênero textual divulgado em revistas, jornais impressos que divulga a opinião do leitor a respeito de notícias ou reportagens publicadas. O leitor dar a sua opinião sobre determinado assunto que a revista publicou. O objetivo da carta do leitor é opinar, agradecer, perguntar, reclamar, elogiar, criticar ou simplesmente tecer um comentário a partir de publicações anteriores. Estrutura da carta do leitor: deve ser escrita na 1ª pessoa do singular ou plural (eu/nós).
a)   TÍTULO: deve conter um título referente ao assunto que o leitor quer comentar.
b)   INTRODUÇÃO: serve para o autor dar as informações necessárias sobre a matéria da revista que ele quer tratar. Deve apresentar o título da matéria, seção do jornal ou revista, data da publicação e o nome do autor da referida matéria.
c)   DESENVOLVIMENTO: opinar, agradecer, perguntar, reclamar, elogiar, criticar fundamentando sua opinião com argumentos.
d)   CONCLUSÃO: encerrar o texto despedindo-se.
e)   ASSINATURA: nome do criador da carta, do local que ele vive e, se possível, o e-mail. No caso de vestibular, o aluno deve forjar estas informações. 
OBS:  O local, data e vocativo são informações opcionais, pois nas revistas o espaço destinado à carta do leitor é mínimo, por isso esta estrutura é suprimida.

EXEMPLO DE UMA CARTA DO LEITOR:
Ficar ou Namorar?
Eu concordo com o artigo da coordenadora Rosely publicado na Mundo Jovem do mês passado, pois para mim, ficar é só uma curtição e pode terminar mal para os jovens inexperientes que inventarem de ir além... Já namorar é uma coisa mais séria, ou seja, é um ato de responsabilidade acho que é bem melhor namorar, porque você assume um compromisso, se sente protegida. Agora “ficar” eu não gosto; você beija “aqui, ali e lá” e depois os próprios que pedem para ficar com você, saem falando mal“ “Ah!!!,sabe aquela ali ? já catei, tracei até não querer mais.” E quando você sai na rua ficam todos  olhando, com olhar estranho, e acabam  chamando até de” safada” para não dizer outras coisas.
Eu nunca fiquei, pois acho que sou muito nova e outra, pra que? Se alguma vez for ficar com alguém, vou namorar sério.
                             
Bianca Thais Cardoso; 13 anos; 7ªB.
21/11/11 Cuiabá, MT.
e-mail: bianca.thais@hotmail.com

7º CARTA DE SOLICITAÇÃO OU REQUERIMENTO
         A carta de solicitação ou requerimento, também conhecida por petição, tem a função de solicitar algo de direito a uma autoridade de modo formal. Deve ser escrito na 3ª pessoa do singular ou plural (ele/ela/eles/elas). O autor escreve seus próprios dados pessoais como se fossem de outra pessoa. Não se usa título, mas sim um vocativo, isto é, o cargo e o nome da pessoa a quem se destina a carta. O requerimento é composto de:
a)   VOCATIVO: coloca-se o cargo da pessoa a quem se dirige a carta.
b)   DADOS PESSOAIS DO REQUERENTE: nome, idade, estado civil, nacionalidade, endereço, número dos documentos pessoais – CPF e RG. Em caso de vestibular, o aluno deve forjar esses dados.
c)   MOTIVO DO PEDIDO: você deve argumentar o porquê da sua solicitação. Aquilo que você está requerendo vai lhe ser útil em que?
d)   DESFECHO DA CARTA: o autor da carta encerra o texto escrevendo que espera alguma resposta. Por exemplo: “Nestes termos pede deferimento
e)   DATA E ASSINATURA: deve-se colocar a data de elaboração da carta e a assinatura do autor. Em caso de vestibular, o aluno deve forjar esses dados.

EXEMPLO DE UMA CARTA DE SOLICITAÇÃO OU REQUERIMENTO:
Ilmo. Sr. Diretor da Escola M.E.F. da Maria do Carmo
         Silva Maria Castro, residente e domiciliar neste município, na Rua Floriano Peixoto, 3, portadora do RG 8.222.104, CPF 071.305.100-95 e professora efetiva desta escola, vem requerer de V. Sª a instalação de novos computadores para os alunos desta escola, além de permissão para utilizá-los  durante o intervalo e após as aulas, visto que a concessão desses equipamentos irá desenvolver o conhecimento e a capacidade dos usuários.
Nestes termos
Pede deferimento
Mococa, 10 de maio de 2003.          
Silvia Maria Castro

8º CARTA-DENÚNCIA, DE RECLAMAÇÃO OU MANIFESTO.
         A carta denúncia ou manifesto trata, geralmente, da denúncia ou reclamação de um problema que afeta uma pessoa em particular ou uma comunidade. Tem por função alertar ou mobilizar as pessoas a uma ação determinada. Deve ser escrita na 1ª pessoa do singular ou plural (eu/nós). A estrutura da carta denúncia contém basicamente:
a)   TÍTULO: indica o conteúdo do manifesto, mas se o autor optar por um vocativo, também pode.
b)   CORPO DO TEXTO: aqui o problema é identificado e analisado, apresentando-se argumentos que validem o que se diz. Como o texto é de caráter argumentativo (pretende-se convencer o leitor de algo), deve recorrer a argumentos sólidos e convincentes.
c)   LOCAL, DATA E ASSINATURA: deve-se colocar o local, a data de elaboração da carta e a assinatura do autor. Em caso de vestibular, o aluno deve forjar esses dados.
           EXEMPLO DE UMA CARTA-DENÚNCIA:
Remígio, 05 de outubro de 2012
Destinatário: Secretário de Agricultura de Remígio-PB.

PREZADO SENHOR,

Informo a vossa senhoria à falta de abastecimento de água na minha residência situada no Sítio Queimadas do município de Remígio. Minha casa era abastecida por caminhões pipas normalmente a cada 15 dias úteis. Não se sabe por qual motivo, esse abastecimento foi interrompido. Afirmo-lhe que todos os meus vizinhos recebem a água normalmente no prazo previsto, menos a minha casa. Eu já acredita que seja algum tipo de preconceito ou algo parecido contra minha pessoa.
Informamos que estamos no aguardo de respostas e/ou soluções. Aguardamos dentro de  5 (cinco) dias úteis a partir do recebimento desta carta, uma vez que estou sendo extremamente prejudicada no meu cotidiano, pois sou agricultora e possuo uma pequena criação de animais, além de residirem na minha casa 8 pessoas, entre elas três crianças, por isso essa água é importantíssima para nossos usos diariamente.  A omissão por parte de vossa senhoria acarretará reclamação junto à Promotoria desta cidade.
Atenciosamente,
            Maria Cícera da Silva
9º CRÔNICA ARGUMENTATIVA
         A crônica é um texto curto. O autor usa uma narrativa (com personagens, espaço, tempo, lugar...) de um assunto qualquer para, a partir disso, ele transmitir sua mensagem ao leitor. O cronista volta seu olhar atento para fatos do dia-a-dia do ser humano, e os registra com sensibilidade e poesia, criando humor. Mas a crônica argumentativa é um pouco diferente da crônica comum, pois a argumentativa não se limita a apenas narrar fatos. Com a crônica argumentativa, o autor defende seu ponto de vista sobre algum determinado assunto, provocando uma reflexão crítica acerca do tema tratado. O cronista apresenta seus comentários de forma pessoal, subjetiva, numa linguagem artística. É escrita em 1ª pessoa do singular ou plural (eu/nós). A estrutura da crônica argumentativa:
a)   TÍTULO: bem criativo e subjetivo.
b)   INTRODUÇÃO: no 1º parágrafo o autor expõe a ideia principal que pretende desenvolver em todo o texto.
c)   DESENVOLVIMENTO: o cronista desenvolve argumentos que comprovem sua opinião acerca do assunto tratado.
d)   CONCLUSÃO: o cronista retoma a sua posição defendida em todo o texto, de forma resumida e em outras palavras.
EXEMPLO DE UMA CRÔNICA:
Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida
         Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito: "Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".
        
No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:
         - Quem será que estava atrapalhando o meu progresso?
         - Ainda bem que esse infeliz morreu!
        
Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.
        
A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?
        
No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."
        
O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".
Luís Fernando Veríssimo

10º NOTÍCIA
         A notícia é um texto jornalístico em que seu principal objetivo e levar informação atual a um público específico. A notícia conta o que ocorreu, quando, onde, como e por quê.  A notícia usa uma linguagem formal, que segue a norma culta. A ordem direta, a voz ativa, os verbos de ação  e as frases curtas permitem fluir as ideias. É preferível a linguagem acessível e simples. Evite gírias, termos coloquiais e frases intercaladas. O redator não pode atribuir nenhuma opinião acerca dos fatos noticiados, já que o texto visa apena à informação. É escrito em 3ª pessoa(ele (s), ela (s)). A notícia apresenta três partes principais:
a)   MANCHETE ( OU TÍTULO PRINCIPAL): resume, com objetividade, o assunto da notícia. Essa frase curta e de impacto, em geral, aparece em letras grandes e destacadas. Os verbos deve esta no tempo presente do indicativo.
b)   LIDE (OU LEAD): complementa o título principal, fornecendo as principais informações da notícia. Como a manchete, sua função é despertar a atenção do leitor para o texto.
c)   CORPO DO TEXTO: é a noticia propriamente dita. Contém o desenvolvimento mais amplo e detalhado dos fatos.
EXEMPLO DE UMA NOTÍCIA:

Salvador declara guerra a quem faz xixi nas ruas

A promessa é de levar para a prisão quem for pego. O município ganhou o apoio da Polícia Militar para fazer valer o que está no Código Penal. Urinar em público é considerado ato obsceno.

         A falta de educação de muitos homens faz parte da rotina de Salvador. A capital baiana está entre as cidades brasileiras onde mais se faz xixi nas ruas, principalmente durante as grandes festas, como Carnaval.
         No ano passado, a prefeitura chegou a gastar R$ 1 milhão para reformar pilares de dois viadutos que, segundo os engenheiros, tinham sido corroídos pela acidez da urina.
         Agora, a prefeitura de Salvador declarou guerra à turma que usa a rua como banheiro. O município ganhou o apoio da Polícia Militar para fazer valer o que está no Código Penal. Urinar em público é considerado ato obsceno. Quem for flagrado, pode ser preso.
         A medida está gerando muita discussão.
         “Tem que ser punido. Rua não é lugar de se fazer xixi”, reclama uma baiana.
         “Prender, acho que não. Às vezes a pessoa está apertada, olha para o lado e não tem jeito. Para punir, tinha que colocar sanitário químico na rua”, diz um homem.
         Nos próximos dois meses, 50 novos banheiros públicos devem ser implantados nas áreas turísticas.          Hoje, são 200 espalhados pela cidade. Mas nem todos funcionam. Está prevista também uma campanha de conscientização na cidade. Só depois a Polícia Militar vai levar para as delegacias quem for flagrado desafiando a lei. O Código Penal prevê pagamento de multa e até um ano de prisão.

Gazeta de Salvador/10 de março de 2011.

Um comentário:

  1. Olá caro estudante, sabemos que o melhor remédio para escrever bem é ler bastante e escrever muito, mas neste módulo de produção textual você encontrará passos detalhados de como escrever textos bem estruturados e consistentes, iniciando do título até a conclusão textual. São dicas muito proveitosas e importantes para quem não tem mais muito tempo de estudar para vestibulares que já estão quase na hora. Não dê moleza aos seus concorrentes e faça leituras e leituras minuciosas deste material para você não correr o risco de ser passado para trás nos seus objetivos. Bons estudos!
    (Prof.: Jean Rodrigues)

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